quarta-feira, 17 de junho de 2015

Dia Mundial de Luta contra a Desertificação e a Seca

A desertificação e a degradação dos solos afectam um terço da superfície da Terra, ameaçando os meios de vida, o bem-estar e o desenvolvimento de pelo menos mil milhões de seres humanos. Confrontados com longos períodos de seca, fome e pobreza crescente, muitos deles não têm outra alternativa senão fugir da sua terra. Estima-se que 24 milhões de pessoas tenham migrado devido a problemas ambientais. Este número poderia atingir 200 milhões até 2050.
Este ano, a celebração do Dia Mundial de Luta contra a Desertificação e a Seca salienta a ameaça crescente que a desertificação e a seca representam para a estabilidade nacional e internacional. Quase um terço das terras cultivadas se tornou improdutivo, nos últimos 40 anos. Cerca de três quartos das pastagens naturais apresentam vários sintomas de desertificação. As alterações climáticas contribuíram para essa situação, mas são apenas um dos factores. Em particular, devemos repensar as nossas práticas agrícolas e a forma como gerimos os nossos recursos hídricos. A agricultura e a criação de gado representam 70% do consumo de água doce e são responsáveis por cerca de 80% da desflorestação. A procura crescente de produtos agrícolas utilizados para alimentar o gado e como biocombustíveis exercerá uma pressão acrescida sobre estes recursos escassos, se não forem geridos de uma maneira sustentável.
O consumo mundial e os modos de produção actuais não são sustentáveis. Isso terá como consequências, entre outras, novas crises alimentares mundiais como a de 2008 e a continuação da desertificação, da degradação dos solos e dos períodos de seca. Como sempre, os pobres serão as primeiras vítimas e as últimas a recuperarem. (...)
Neste Dia de Luta contra a Desertificação e a Seca, reconheçamos os riscos que advêm de permitir que a desertificação avance. Reconheçamos também que, ao lutarmos contra as alterações climáticas, podemos contribuir para inverter a desertificação, aumentar a produtividade agrícola, atenuar a pobreza e reforçar a segurança a nível mundial.

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