quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Descobertas na Madeira e nos Açores cinco espécies extintas no século XV

Há mais de 500 anos, seria provável avistar estas aves a caminhar na floresta de Laurissilva, em três ilhas dos Açores e duas da Madeira. Os vestígios paleontológicos estão a ajudar a reconstituir a diversidade natural dos arquipélagos.


Quando foi descoberta pelos portugueses, por volta de 1427, a ilha do Pico, nos Açores, seria diferente: uma vegetação mais luxuriante, sem casas nem muros de pedra que guardam a vinha, com mais espécies animais. Na floresta de Laurissilva poderia encontrar-se o frango-d’água-do-pico, uma pequena ave que habitaria principalmente o solo. No entanto, os ratos-pretos e os ratinhos que viajaram nas caravelas e nas naus portuguesas, e que chegaram àquela ilha, terão provavelmente levado aquela espécie à extinção.
Tal como aconteceu em Madagáscar ou na Nova Zelândia, parte da fauna original dos Açores e da Madeira foi extinta quando os humanos chegaram lá. Um caso agora descoberto é o das cinco espécies de frangos-d’água que existiam na ilha do Pico, de São Miguel e de São Jorge, nos Açores, e nas ilhas de Porto Santo e da Madeira.
Uma equipa internacional estudou ossos encontrados naquelas ilhas, que permitiram descrever cinco espécies extintas há mais de 500 anos, segundo um artigo publicado agora na revista científica Zootaxa. Passo a passo, a paleontologia está a permitir a reconstituição da fauna natural que existia naqueles dois arquipélagos.
A equipa liderada por Josep Antoni Alcover, do Instituto Mediterrânico de Estudos Avançados, em Maiorca, Espanha, pensa que as cinco espécies do género Rallus evoluíram a partir do frango-d’água que ainda existe no continente europeu (Rallus aquaticus), incluindo em Portugal.
O Rallus aquaticus tem 23 a 28 centímetros de comprimento e 38 a 45 centímetros de envergadura de asas, habitando no litoral português em zonas de caniçais com água abundante. Mas esconde-se no meio da vegetação, por isso é difícil observá-lo. A sua plumagem é castanha na parte de cima do corpo e nas asas, e azulada por baixo, e tem um bico vermelho distintivo e patas também avermelhadas.
O frango-d’água é uma ave migratória que pertence à família das Rallidae — grupo muito conhecido por ter colonizado, ao longo da evolução, as ilhas da Terra. Pensa-se que cerca de 2000 espécies de Rallidae endémicas de ilhas já foram extintas com a chegada do homem. Ainda há espécies endémicas “nalgumas ilhas remotas da Terra (como nas Galápagos, em Guam, em Okinawa, na Inacessível, na Nova Zelândia, em Henderson, em Lord Howe), mas estes são os raros sobreviventes de uma linhagem com um passado muito mais diverso”, lê-se no artigo científico.
A diferenciação de novas espécies de aves depende da distância entre as ilhas e o continente, de onde vem a população original. “Os frangos-d’água continentais também se encontram em muitas ilhas que ficam perto do continente. Nestas ilhas não se originam espécies endémicas porque não há uma interrupção do fluxo genético com as populações do continente de onde as aves são provenientes. Só nas ilhas mais distantes — como é o caso da Madeira e dos Açores — é que há condições de isolamento para que ocorra uma evolução insular, que dá origem a novas espécies”, explica ao PÚBLICO Josep Antoni Alcover. Por exemplo, no arquipélago das Galápagos, a diferenciação de espécies de aves está a acontecer ainda hoje.
Quando o famoso naturalista inglês Charles Darwin, pai da teoria da evolução por selecção natural, chegou aos Açores em 1826, no regresso da sua viagem no navio Beagle, depois de já ter estado nas Galápagos, não pôde observar ali o resultado da evolução no género Rallus. No caso dos frangos-d’água extintos, o tempo em que estiveram naquelas ilhas tornou-as mais pequenas do que a espécie original e, em muitos casos, tirou-lhes a capacidade de voar.
“Não se sabe a razão para ter havido uma redução do tamanho do corpo. Seguramente está relacionada com os recursos na ilha”, diz Josep Antoni Alcover, acrescentando que as aves deveriam alimentar-se de pequenos invertebrados. “A perda de capacidade de voar relaciona-se com a ausência de predadores terrestres (mamíferos carnívoros). O voo é uma actividade fisiologicamente muito custosa. Voar é muito útil para fugir de predadores. Normalmente, muitas espécies que evoluíram nas ilhas sem mamíferos predadores perdem a capacidade de voar.”

Fonte  - https://www.publico.pt/ciencia/noticia/descobertas-na-madeira-e-nos-acores-cinco-especies-extintas-no-seculo-xv-1721389

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Uma combinação quase perfeita: cinco planetas brilham no céu de janeiro

Os cinco planetas que podem ser observados a olho nu a partir da Terra vão estar visíveis nas próximas noites
Boas notícias para quem gosta de astronomia. O céu de janeiro reserva um espetáculo interessante para quem acordar cedo: todos os planetas visíveis a olho nu podem ser vistos em simultâneo de madrugada e ao amanhecer. Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno serão visíveis durante a madrugada a partir desta quarta-feira e até 20 de fevereiro.
Estes são os cinco planetas que podem ser observados a olho nu a partir da Terra e é a primeira vez que se alinham desta forma nos últimos dez anos - todos na direção Este ou Sudeste.
Júpiter fica visível durante a noite e a madrugada na constelação de Leão, na direção Este, segundo informação do Observatório Astronómico de Lisboa. Marte aparece a partir das duas da madrugada na constelação de Virgem e depois move-se para a constelação de Balança, na direção Sudeste.
Vénus e Saturno serão visíveis de madrugada e ao amanhecer na constelação de Ofíuco, na direção Sudeste. E, finalmente, Mercúrio aparece ao amanhecer após o dia 17 de janeiro ainda na constelação de Sagitário na direção Este.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

"Reinventar os Resíduos"

O CATL do CEFAL participa no concurso de expressão plástica "Reinventar os Resíduos", inserido na 7ª Semana Europeia da Prevenção de Resíduos. 
Trata-se de uma iniciativa aberta às crianças do pré-escolar (5 anos), que tem por objetivo envolver todas as escolas da região, públicas e privadas. Com a realização deste concurso pretende-se incentivar o público infantil para as boas práticas ambientais.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Parque Aberto - Laboratório: Experiência da Paisagem"

O Centro de Educação e Formação Ambiental de Lagoa (CEFAL) participou na atividade promovida pelo Parque Natural de São Miguel.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

"Penso que há vida microbiana em Marte. Estou a estudar isso"


O antigo astronauta francês Jean-Jacques Favre esteve em Lisboa para falar do espaço. Ao DN disse estar convicto de que há vida em Marte. Voou no Columbia em 1996, mas não foi convocado em 2003. O vaivém desintegrou-se na missão

Participou numa missão espacial, há quase 20 anos. Sente falta dos voos para o espaço?

Claro. Estaria pronto para voltar amanhã mesmo.

Porque não esteve em mais nenhum voo orbital?

Não sou piloto, sou um cientista, e fui selecionado pelo CNES, a agência espacial francesa, que abriu vagas para astronautas não pilotos. Candidatei-me e fiquei. Depois fui escolhido para participar numa missão científica no vaivém Columbia, antes do início da construção da estação espacial ISS, em 1996. A nossa missão serviu para testar procedimentos para a ISS, com experiências em ciências da vida e em ciências físicas. Enquanto físico, fui responsável por 43 experiências no Spacelab, um módulo construído pela Europa que era instalado no porão do vaivém.

Quarenta e três experiências em 16 dias missão.

Dezasseis dias e 22 horas, quase 17 dias [ri-se]. Foi a mais longa missão de um vaivém. Mas na parte das ciências da vida fui sujeito das experiências. Eram sobre a fisiologia humana, para compreender melhor o comportamento do organismo em microgravidade, porque todas as funções fisiológicas se alteram lá em cima. Se queremos fazer missões tripuladas a Marte, é necessário perceber como evoluirá o organismo dos astronautas. As nossas experiências permitiram, na altura, compreender melhor o que se passa no organismo em microgravidade. E este conhecimento também tem repercussões na saúde pública. Quando se desenvolvem formas de contrariar os efeitos da microgravidade no organismo dos astronautas, isso também pode servir para as pessoas cá em baixo, para novos tratamentos.

Pode dar um exemplo?

Os astronautas perdem cálcio lá em cima, o que é comparável à osteoporose. Os procedimentos desenvolvidos para estabilizar esse processo nos astronautas já estão a ser usados há cerca de uma década usados em pessoas idosas, nos hospitais. E com a física é idêntico. As leis da física são as mesmas, no solo ou no espaço, mas em órbita um dos parâmetros, a gravidade, não existe, o que permite, lá em cima, medir melhor os outros parâmetros de um dado fenómeno físico. Com base nessa melhor compreensão podemos imaginar formas de de-senvolver processos para produzir novos materiais, para equipamentos eletrónicos, por exemplo. Ou para estudar, como já aconteceu, a estrutura tridimensional em cristais de proteínas que foram produzidos no espaço, porque sem gravidade se formam cristais maiores e, assim, é mais fácil estudá-los.

Teve tempo durante a missão para olhar a Terra cá em baixo, e refletir sobre a sua aventura espacial?

Infelizmente, não foi suficiente. Trabalhávamos 14 horas por dia e eu quase não tive tempo para isso, mas nas oito horas que tínhamos para dormir passava uma boa parte do tempo a olhar lá para fora, e a refletir.

Fonte: http://www.dn.pt/sociedade/entrevista/interior/penso-que-ha-vida-microbiana-em-marte-estou-a-estudar-isso--4886657.html

Ao reciclar, a Lagoa fica a ganhar!


Férias de Natal no CEFAL

Durante a pausa letiva do Natal e no âmbito do Projeto Educativo do CEFAL, a valência do CATL promoveu diversas atividades de índole educativa e ambiental. 
Foram desenvolvidos ateliês temáticos, horas do conto, trabalhos artesanais e manuais. Pretendeu-se sensibilizar para a reutilização de materiais, proporcionar momentos de aprendizagem, aprimorar habilidades e incutir o gosto pela leitura e escrita.